30 de março de 2013

TPEI= "A PEDAGOGIA DA ESCUTA"

A Arte de Registrar idéias

"A PEDAGOGIA DA ESCUTA"

Após o término da Segunda Guerra, as mulheres de Villa Cella, cidade no nordeste da Itália, próxima a Reggio Emilia, decidiram erguer e administrar uma escola para os filhos, pois todas as da região haviam sido devastadas. Essa escola ficou universalmente conhecida pela abordagem pedagógica para a educação infantil. O pedagogo e educador de Régio-Itália, Loris Malaguzzi , foi o criador da idéia de Reggio Emília, sendo até hoje seu incentivador primordial. Foi este educador quem constituiu um princípio de ensino em que não existem as disciplinas formais e que todas as atividades pedagógicas se desenvolvem por meio de projetos. Estes projetos, no entanto, não são antecipadamente planejados pelos professores, mas, surgem através das idéias dos próprios alunos, e são desenvolvidos por meio de diferentes linguagens. O ensinamento que sustenta todo esse princípio, é a Pedagogia da Escuta, que foi sistematizada pelo educador italiano. Esta abordagem de Reggio Emilia se vincula a tudo o que a linguagem visual pode apresentar.
A capacidade criadora e a característica dos trabalhos desenvolvidos fizeram com que esta atitude típica de educar fosse avaliada, há dez anos, como a melhor do mundo pela revista norte-americana Newsweek. Este exemplo, serviu de fonte de apoio e inspiração para a Educação Infantil de países de contextos bem diferentes como Suécia e Senegal, Dinamarca e Nova Zelândia, Espanha e Estados Unidos,etc

As lições de Loris Malaguzzi têm três grandes princípios:
A- as crianças podem compartilhar seus conhecimentos e saberes, sua criatividade e imaginação por meio de múltiplas linguagens, sem enfatizar nenhuma. As múltiplas linguagens se evidenciam através do desenho, do canto, da dança , da pintura, da interpretação, enfim, divulgadas por distintas passagens que se somam na execução do projeto e nos saberes que são construídos. Anotar, fotografar, gravar e filmar são partes principais da rotina.
B- O mundo de conhecimentos não está dividido em assuntos escolares, mas é um grupo único, onde certas áreas são sugeridas por meio de projetos com uma matéria de trabalho.
C- A interação entre o adulto e a criança deve ser uma parceria, na qual interesses e envolvimentos recíprocos devem permanecer e interagir para que um objetivo comum seja alcançado: o saber.

As escolas em Reggio Emilia têm na arte a ferramenta para o pensamento. São escolas feitas de espaços, onde as mãos e mentes das crianças se entrelaçam em uma alegria criativa e libertadora, através de uma aprendizagem real. Assim é possível constatar como a criança argumenta e se expressa, o que produz com suas mãos , como brinca, como debate idéias, como sua investigação funciona. O plano é inserido como um desafio e envolve conhecimento de exploração e discussão em grupo. Após esta primeira fase, há representação e expressão, através do uso de meios peculiares: desenho, movimento, jogos, construção com materiais que abrangem a Arte e a estética , que são partes essenciais da maneira como a criança compreende e concebe o mundo. Há um respeito muito grande pelas idéias das crianças nas suas variadas demonstrações, identificando esse trabalho na perspectiva de um pesquisador.

As palavras comuns entre os professores de Reggio Emilia, são “cívico” e “civil”. Dizem e acreditam que a criança tem direito à civilidade, à civilização e à vida cívica. Afirmam que uma criança habilidosa produz transformação nos sistemas em que está vinculada e torna-se uma elaboradora de cultura, valores e direitos. Os educadores promovem os processos de aprendizagem cooperativos e o trabalho em conjunto. Na comunidade de aprendizes, todos os partícipes são ativos: ninguém possui responsabilidade total. A finalidade é interdependência em lugar de independência, e o pensar “com os outros” em lugar de “por si mesmo”, isso envolve cidadania e significa basicamente compartilhar e tornar-se protagonista na sociedade. A sociedade cívica abrange o significado de identidade das pessoas, ampliando o conceito do “eu” em “nós”.
Referências:Carolyn Edwards, professora Universitária

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

Fonte: Brasil Escola - http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/arte-ideias.htm

MET DO ENSINO DA MATEMÁTICA "CONFIGURAÇÃO GEOMÉTRICA DO TANGRAM"

A Configuração Geométrica do Tangram

OBS:CONTEÚDO PARA OS ALUNOS DA FORMAÇÃO DE DOCENTES-
DISC-MET DO ENSINO DA MATEMÁTICA

Não se conhece ao certo a origem do tangram. Nem a data de criação, nem o seu autor. O tangram é um quebra-cabeça de origem chinesa, praticado há muitos séculos em todo o Oriente. Segundo a lenda, o jogo surgiu quando um monge chinês deixou cair uma porcelana quadrada, que se partiu em sete pedaços – daí seu nome, que significa “ tábua das sete sabedorias” ou “tábua das sete sutilezas” . A origem é de um painel em madeira, de 1780 de Utamaro com a figura de duas senhoras chinesas a resolver um tangram. A mais antiga publicação com exercícios de tangram é do inicio do século XIX. Seu nome original: Tch´ i Tch´ iao Pan , significa as sete tábuas da argúcia.

O Tangram pratica-se desde há muitos séculos na China. Ele expandiu-se rapidamente para além do seu país de origem, tornando-se muito popular na Europa e nos Estados Unidos, e tem vindo a inspirar a criação de muitos outros jogos com as mesmas peculiaridades. O Tangram é útil para: desenvolver o raciocínio lógico e geométrico (habilidades de visualização, percepção espacial e análise das figuras); e praticar as relações espaciais e as estratégias de resolução de problemas. É um antigo jogo chinês formando um quebra-cabeça que pode ser utilizado como recurso didático bastante eficaz. A configuração geométrica de suas peças permite centenas de composições, tornando-o um criativo material pedagógico. As formas geométricas que compõem o Tangram dão ao professor muitas probabilidades de estudos na área de Matemática. O aluno que utiliza o Tangram tem a chance de perceber formas geométricas, de representá-las, de construí-las, de nomear objetivos e criar formas a partir delas. O aluno ao utilizar o tangram, desenvolve sua capacidade de visualização, de percepção espacial, de análise e criatividade. Com isso terá um pensamento mais analítico e dedutivo. O Tangram aplicado a distintos aprendizados do ensino serve de auxílio para as disciplinas de Matemática e Educação Artística. Permite praticar a criatividade assessorando na otimização da apreciação de outras disciplinas.

Na Matemática pode-se introduzir a geometria de maneira mais adequada através de exposição de sólidos geométricos e da construção do Tangram, para que o aluno tenha noção de espaço. As atividades iniciais seriam a exposição e utilização dos sólidos geométricos e do Tangram e a partir dai observar as conclusões tiradas pelos alunos a respeito das figuras. Ao contrário de outros quebra-cabeças ele é formado por apenas sete peças com formas geométricas resultantes da decomposição de um quadrado, que são: 2 (dois) triângulos grandes; 2 (dois) triângulos pequenos; 1 (um) triângulo médio; 1(um) quadrado; 1(um) paralelogramo. Com estas peças é possível criar e montar cerca de 1700 figuras entre animais, plantas, pessoas, objetos, letras, números, figuras geométricas e outros. Com o uso do tangram podemos trabalhar a identificação, comparação, descrição, classificação e desenho de formas geométricas planas, visão e aspectos de figuras planas, exploração de transformações geométricas através de decomposição e composição de figuras, abrangência das propriedades das figuras geométricas planas, reprodução e resolução de problemas usando padrões geométricos. Este quebra-cabeça pode ser utilizado como material didático nas aulas de Artes e nas de Matemática. Uma das atividades mais atraentes para as tarefas com o tangram em aulas de matemática é a constituição de formas geométricas a partir das peças do quebra-cabeça. Ao final de cada etapa, devemos debater com os alunos as soluções encontradas. É fundamental que os alunos estabeleçam analogias entre as diferentes peças do quebra-cabeça, assim a noção dessas relações vai ajudar na construção de outras figuras. Através dos jogos os educandos têm a oportunidade de construir conceitos matemáticos, empregar diversas táticas para resolver problemas, ampliar o cálculo mental e o raciocínio lógico-matemático.
Ref: Souza, Eliane Reame e outros: A matemática das sete peças do tangram.

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

TPEI- A PROFISSÃO DE SER PROFESSOR

A profissão de ser professor

OBS: LEITURA PARA OS ALUNOS=FORMAÇÃO DE DOCENTE

A arte de ensinar é uma tarefa difícil demais para que alguém se envolva nela por comodismo, falta de fato melhor, ou porque é preciso auferir ganhos.
Os padres da Companhia de Jesus, instalaram a primeira escola em 1549. O ensino nesta época era tradicional. A escola tradicional permaneceu por aproximadamente trezentos e oitenta e três anos. Com o governo de Getúlio Vargas, deu-se início à escola nova, onde o professor não se comportava como o transmissor de conhecimentos e sim um facilitador de aprendizagem, onde o aluno era um ser ativo e participante e estava no centro do processo de ensino/aprendizagem. Essa escola era uma escola democrática e divulgada para todos (o cidadão democrático).

O advento da escola nova foi em 1932. Em 1964 tem início a Escola Tecnicista, e o modelo americano é instituído em nosso país. Com o tecnicismo empregado em todos os campos, o aluno era impedido de criar e pensar, impediu-se a expressão dialética. Na escola tecnicista o social era ditado pelos militares que detinham o poder, e foram anunciados padrões e métodos educacionais com ferramentas que impressionavam e davam subsídios diferentes nas formas de ensinar. Nesta época foram instalados os recursos audiovisuais como suporte pedagógico, a instrução programada e o ensino individualizado.

Em 1983 deu-se o aparecimento da Escola Crítica, onde o professor era o educador que orientava o contorno da aprendizagem com participação real do aluno, aluno enfatizado como cidadão, aluno que construía e ressignificava a história. Na Escola Crítica havia articulação e interação entre o educador e o educando, sendo empregados todos os contornos que possibilitavam a apreensão crítica e reflexiva dos conhecimentos com enfoque na construção e reconstrução do saber.

Já no século XXI, observamos que na construção do saber a tecnologia passa a dominar os espaços locais e temporais, impedindo a atuação dialógica, a interação, e a transmissão de emoções . Com o uso inadequado da tecnologia há a individualização do ser humano, tornando-o espectador e talvez um indivíduo sem estímulo para superar barreiras, sem explicação dialética do dia-a-dia, sem afinidade com o social e alienado em suas relações com o global. Com a escola tecnológica, corre-se o risco de exclusão do indivíduo no social, fechando-o em seu mundo, sem articulação com os demais membros da sociedade. Devemos aliar forças para que isso não aconteça, buscando todas as oportunidades em busca da criatividade, pois a educação tem por intenção a humanização do homem.

Devemos ter em mente que os professores exercem um papel insubstituível no processo da transformação social. A formação identitária do professor abrange o profissional, pois a docência vai mais além do que somente dar aulas, constituiu fundamentalmente a sua atuação profissional na prática social. A formação dos educadores não se baseia apenas na racionalidade técnica , como apenas executores de decisões alheias, mas , cidadãos com competência e habilidade na capacidade de decidir, produzindo novos conhecimentos para a teoria e prática de ensinar.

O professor do século XXI, deve ser um profissional da educação que elabora com criatividade conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. Nessa era da tecnologia, os professores devem ser encarados e considerados como parceiros/autores na transformação da qualidade social da escola, compreendendo os contextos históricos, sociais , culturais e organizacionais que fazem parte e interferem na sua atividade docente. Cabe então aos professores do século XXI a tarefa de apontar caminhos institucionais (coletivamente) para enfrentamento das novas demandas do mundo contemporâneo, com competência do conhecimento, com profissionalismo ético e consciência política. Só assim, estaremos aptos a oferecer oportunidades educacionais aos nossos alunos para construir e reconstruir saberes à luz do pensamento reflexivo e crítico entre as transformações sociais e a formação humana, usando para isso a compreensão e a proposição do real, sem deixar se seduzir pelos caminhos deslumbrantes dos anúncios publicitários, pelas opiniões tendenciosas da mídia.

Pela primeira vez na história, os docentes brasileiros serão homenageados com a criação de um selo que será lançado no próximo ano no Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro. A criação do novo selo foi aprovada na 102.ª reunião da Comissão Filatélica Nacional, realizada na sede da empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, em Brasília. A sugestão do selo comemorativo foi feita pelo professor Carlos Alberto Xavier, representante do Ministério da Educação e membro da comissão. Na pauta deste ano foram analisadas 640 propostas e eleitos 13 temas.

Que a homenagem se concretize, pois merecemos, mas, devemos ser valorizados também pelo nosso trabalho profissional, pois passa pela escola e pela mão dos professores todos os cidadãos desta nossa Pátria Brasil!

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos