Professora MAR AZUL
EDUCAÇÃO ESPECIAL E MUITO AMOR!!!
27 de agosto de 2013
27 de junho de 2013
Confecção de Tabuada
O
aprendizado da tabuada é um conhecimento fundamental para os educadores
desenvolverem atividades em seu cotidiano, e também atividades
aplicadas em sala de aula. Mostrar aos alunos essa proximidade entre os
conceitos e a prática é fundamental para que o aprendizado seja
realmente significativo.
Uma
das atividades propostas pela profª Ineiva, em Didática da Matemática
é a construção da tabuada, objetivando o desenvolvimento do raciocínio
lógico- matemático,através da confecção e utilização de jogos
matemáticos em diferentes níveis de ensino.
O ensino desenvolvido de forma lúdica, desperta o desejo de aprender, a curiosidade e o prazer, auxiliando a promoção do desenvolvimento da motricidade, das competências e habilidades cognitivas.
JOGOS DA TABUADA-LÚDICO
Tema: Jogo da tabuada com garrafas PET e saquinhos de TNT
Campo de atuação: 8º ano do Ensino Fundamental
Introdução
Visando reforçar ou até mesmo ensinar a operação de divisão, confeccionei um jogo com cartas, garrafas PET e saquinhos de TNT para ensinar a divisão de forma lúdica. Com este jogo, a multiplicação também poderá ser trabalhada. Além de ensinar a tabuada iremos trabalhar a ideia de preservação do meio ambiente reutilizando a garrafa PET. Esta, que poderia ser descartada, virou peça do jogo da tabuada. A conscientização de reutilizar materiais é muito importante, pois o aluno terá a consciência que reciclar é preciso.
Objetivo
Reforçar as operações fundamentais divisão e multiplicação, de forma lúdica, nas turmas de Ensino Fundamental.
Material utilizado:
Dez garrafas PET de dois litros, transparentes (opcional); fita adesiva colorida (pelo menos cinco cores diferentes); cartões de cartolina branca (9cm x 6cm); caneta hidrocor ou pincel atômico; 100 saquinhos de TNT (6cm x 4cm).
Como jogar:
As cartas serão separadas da seguinte forma: de um lado ficarão os números de 1 a 10 (divisores) e do outro, os resultados das divisões (dividendos). As dez garrafas PET ficarão dispostas sobre a mesa, aguardando que um aluno retire a primeira carta de 1 a 10. O número que sair indicará a quantidade de garrafas que continuarão sobre a mesa. E a próxima carta do monte dos dividendos será o número a ser dividido pela carta anterior que resultou no número de garrafas sobre a mesa. O aluno então pegará saquinhos de TNT para representar o dividendo. Logo após começará a distribuir os saquinhos entre as garrafas sobre a mesa. Essa distribuição resultará em uma divisão exata. Caso sobrem ou faltem saquinhos, isso indicará que o aluno fez um cálculo errado.
Observação: Mesmo o jogo sendo feito com divisões exatas, isso não impede que o professor trabalhe tais questões como divisão não exata. Esse jogo é muito simples e pode ser explorado de diversas formas.
Conclusão:
Os alunos tiveram resistência em iniciar o jogo, pois achavam que seria algo muito chato. Desafiados a aprenderem tabuada de uma forma diferente, sentiram-se motivados a participar e começaram a jogar. Eles trabalharam em grupo, o que reforçou a cooperação entre eles. Os melhores resultados foram obtidos pelos grupos que se ajudaram mutuamente. No final, foi surpreendente verificar o entusiasmo da turma com o jogo.
Anexos:
Divisores e dividendos da tabuada de divisão por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Imprimir, recortar e depois colar, cada um, em cartolina.
Divisores: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TRABALHANDO A TABUADA
Roleta da Multiplicação
• Uma roleta constituída de dois círculos, contendo numerais de 1 a 9, onde o círculo menor é giratório;
• 36 fichas com resultado das multiplicações.
Objetivo:
• Fixação da tabuada através do lúdico.
Desenvolvimento:
As fichas deverão ser distribuídas igualmente entre os jogadores e a roleta deverá ser girada. Cada jogador, na sua vez, deverá verificar se tem a(s) ficha(s)-resultado das multiplicações obtidas na roleta. Se tiver, coloca-a(s) sobre a roleta. Se ainda restar fichas com os jogadores, gira-se novamente a roleta, até um dos jogadores acabar com suas fichas e este será o vencedor.
TABUADA LÚDICA-3 ANO-FORMAÇÃO DE DOCENTES
Multiplicando com as mãos
(tópico 3)
A tabuada dos nove e os dedos das mãos
(tópico 4)
Eis o resultado: 3 x 9 = 27!
TABUADA LÚDICA-MET DE ENSINO DA MATEMÁTICA
Tabuada da Multiplicação
Você que aprender a tabuada! Vamos aprender
diversas formas e métodos diferentes, você vai saber tudo sobre tabuada
depois deste especial!
Você sabe quanto é 2 x 3? E 7 x 8? Bem,
se está ficando difícil, é importante você
continuar lendo esse especial...
se está ficando difícil, é importante você
continuar lendo esse especial...
A multiplicação não é um “bicho de sete
cabeças” e quando você compreende como funciona fica até divertido fazer essas contas
e resolver problemas.
cabeças” e quando você compreende como funciona fica até divertido fazer essas contas
e resolver problemas.
Para começar, é importante entender que a multiplicação nada mais é do que a soma de parcelas iguais, como por exemplo:
3+3+3+3 = 4 vezes repetindo o número 3 ou 4x3 = 12.
3+3+3+3 = 4 vezes repetindo o número 3 ou 4x3 = 12.
Agora veja algumas maneiras divertidas de saber a tabuada de multiplicação sem precisar decorar...
Tabuada na tabela
1. Pegue um papel quadriculado e delimite
com canetinha 10 quadradinhos na horizontal e 10 na vertical. No
primeiro quadradinho você deve escrever o sinal de multiplicação;
2. Na sequência, escreva números de 1 a 9 tanto na vertical como na horizontal;
3. O restante dos quadradinhos deverão ser preenchidos seguindo o cruzamento dos números na vertical e horizontal.
A primeira linha e coluna é muito simples de montar porque você deve dar os resultados da tabuada do 1, mas continuando a cruzar os números das outras linhas e colunas você vai perceber que existe uma forma bem fácil de preencher a tabela com os resultados da multiplicação... Descubra qual é o segredo! Para facilitar já disponibilizamos a tabela montada para você, clique aqui.
A primeira linha e coluna é muito simples de montar porque você deve dar os resultados da tabuada do 1, mas continuando a cruzar os números das outras linhas e colunas você vai perceber que existe uma forma bem fácil de preencher a tabela com os resultados da multiplicação... Descubra qual é o segredo! Para facilitar já disponibilizamos a tabela montada para você, clique aqui.
Tabuada com os dedos
Veja como podemos multiplicar 6 x 8 com os dedos...
1. Em uma das mãos, abaixe tantos dedos quantas unidades o 6 passa de 5, portanto abaixamos 1 dedo;
2. Na outra mão, abaixe tantos dedos quantas unidades o 8 passa de 5, portanto abaixamos 3 dedos;
3. Agora some o número de dedos abaixados,
exprimindo a soma em dezenas. No exemplo temos 1 + 3 = 4 dezenas, isto
é, 40 unidades;
4. Agora multiplique os números de dedos levantados: 4 x 2 = 8 unidades;
5. Para obter o resultado final, somamos os valores encontrados: 40 + 8 = 48. De fato: 6 x 8 = 48! Você pode ver a demonstração por desenhos clique aqui.
Agora um desafio: faça o mesmo processo para resolver as seguintes multiplicações: 7 x 8, 6 x 7, 7 x 9 e 6 x 9.
Tabuada segundo os árabes
Veja como os árabes faziam para multiplicar números com dois ou mais algarismos:
1. Para multiplicar, por exemplo, 185 x 14,
faça três quadrados em uma linha e dois quadrados como colunas, porque
185 tem 3 algarismos e 14 tem 2 algarismos;
2. Trace diagonais nos quadradinhos, voltadas para esquerda, obtendo esta grade;
3. Em seguida, multiplique os algarismos de um fator pelos algarismos do outro fator e registre os resultados na grade.
4. Agora é o último passo e você deve somar
os algarismos que estão numa mesma faixa diagonal. Lembre-se que você
deve considerar o "vai um". Ensine essa dica aos seus amigos! Vocês
poderão fazer um torneio e ver quem consegue fazer mais rápido... Para visualizar a tabuada usada pelos árabes, clique aqui.
Batalha da Multiplicação
1. Recorte as fichas com os valores das tabuadas de 8, 9 e 10;
2. Um jogador fica com as fichas que tiverem o fundo vermelho e outro com a que tiver o fundo branco;
3. Antes de iniciar o jogo deve-se
estabelecer o total de fichas que será usado (10, 20 ou 30 fichas para
cada jogador participante);
4. Em seguida, os jogadores distribuem as
fichas em suas cartelas da maneira que achar conveniente e de modo que
um não veja a distribuição do outro;
5. O primeiro jogador, determinado por
sorteio, dá o tiro, ou seja, escolhe um número de 1 a 7 e uma letra de
A a J, por exemplo F3;
6. O segundo jogador deve, então, verificar
se em sua cartela, no local de união entre a letra F e o número 3, há
uma ficha. Se houver, ele diz qual é o número para que o jogador que
deu o tiro efetue a multiplicação correspondente. Por exemplo: se em F3
houver uma ficha com o número 80, ele deve dizer 8 x 10 ou 10 x 8;
7. Se acertar a multiplicação, o primeiro
jogador pega para si a ficha do adversário, deixando-a ao seu lado. Se
errar, o adversário fica com a ficha;
8. O segundo jogador procede da mesma maneira;
9. Vence quem obter o maior número de fichas.
Importante nesse jogo:
- Cada jogador tem direito a apenas um tiro.
- Quando o jogador der um tiro e não houver
fichas no local escolhido, o adversário diz água e prossegue o jogo
dando o seu tiro.
- A letra e o número correspondente ao tiro
na água devem ser anotados numa folha à parte, para que o jogador não
dê esse tiro novamente.
Curiosidades:
O sinal de X, que indicamos na multiplicação, foi empregado pelo matemático inglês Guilherme Oughtred no livro Clavis Matematicae, publicado em 1631.
Multiplicando com as mãos
(tópico 3)
A tabuada dos nove e os dedos das mãos
(tópico 4)
Eis o resultado: 3 x 9 = 27!
25 de junho de 2013
3o Ano_Form de Docentes-Educação, ensino e aprendizagem: uma abordagem teórica.
Educação, ensino e aprendizagem: uma abordagem teórica.
O estudo aqui apresentado pretende discorrer em torno dos conceitos formulados por diversos teóricos ao longo da história da educação. Entre eles: Sócrates, Platão, Aristóteles, Karl Marx, Maria Montessori, Henri Wallon, Edgar Morin, Pierre Bourdieu e Emília Ferreiro.
Compreender tais conceitos é o meio pelo qual se busca adquirir base, para fundamentar o trabalho docente no sentido de descobrir maneiras eficientes que garantam uma educação de qualidade aos seus educandos.
As teorias dos grandes pensadores podem ajudar a refletir cada vez mais sobre o ato de educar no dia-a-dia de cada professor.
Por trás do trabalho de cada educador, em qualquer parte do mundo, estão incutidos séculos de reflexões sobre a arte de educar.
A preocupação com o ato de educar não é um assunto nascido na contemporaneidade. Já nos anos entre 469 a 399 a.C, o filósofo grego Sócrates, contrariando a filosofia que procurava explicar o mundo baseada na observação da natureza, defendia a tese de que o ser humano deveria conhecer a si mesmo. Tendo como preocupação, levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Valorizava o diálogo como processo de investigação, pois acreditava que a aprendizagem deveria começar a partir da educação do corpo, que por sua vez, permite controlar o físico. Para ele ficaria em segundo plano a educação do espírito por se basear em princípios mutáveis.
Por volta dos anos 427 a 347 a.C, surge Platão como sucessor de Sócrates, o seu pensamento, o consagrou como o primeiro pedagogo. Tinha a formação do homem moral, como objetivo final da educação, assim como, a defesa de um estado justo para acolher cada indivíduo. Sua pedagogia se aproxima da sua própria filosofia, onde a busca da verdade é mais importante que a busca dos dogmas incontestáveis. Defendeu a idéia de que professor ou aluno pensem sobre si próprios.
Aristóteles, por sua vez, cuja teoria foi dos anos 384 a 322 a.C, indiretamente teve grande importância na educação. Acreditava que a educação era o caminho para uma vida pública, cabendo a ela a formação do caráter do aluno. Via virtude como modo de educar para viver bem prazerosamente. Tinha o Estado como o único responsável pelo ensino. Defendia a idéia de que a criança aprende com o ato de imitar os bons hábitos do adulto. Para ele o ser humano só será feliz se der sua melhor contribuição ao mundo, se desfrutar suas condições necessárias para desenvolver os talentos.
Entrando na era cristã, pode-se contar com o pensamento de Santo Agostinho (354-430), São Tomás de Aquino (1224-1274) e Martinho Lutero (1483-1546), que mesmo não enfatizando aqui as suas teorias, reconhece-se que apesar de estarem voltadas exclusivamente para dogmas religiosos, tiveram grande importância para a história da educação e a influenciaram por séculos.
Nesta linha de estudos, parte-se para a teoria daquele que foi considerado o filósofo da revolução, Karl Marx (1818-1883), que acreditava que a função social da educação seria combater a alienação e a desumanização. Entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo, intelectual, física e técnica. Defendia um ensino de cunho transformador e alertava para o risco da escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretação de partidos ou classes.
O pensamento feminino também se transformou em teoria e contribuiu grandemente na formação da visão pedagógica em especial na educação infantil. Maria Montessori (1870-1952), acreditava que a educação era uma conquista da criança, partindo da concepção de que já nascemos com a capacidade de ensina a nós mesmos, desde que nos seja dado as condições. Seu método parte do concreto para o abstrato. Baseia-se na observação de que as crianças aprendem melhor pela experiência direta da procura e descoberta. Desta forma, conduzir-se-ão ao próprio aprendizado, cabendo ao professor acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada um manifestar seu potencial.
Nesta mesma época, surge a teoria de Henri Wallon (1879-1962), cujo pensamento parte de uma educação mais humanizada e que considera a pessoa como um todo. Fundamenta suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: A afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Para ele, a aprendizagem depende essencialmente de como cada um faz as diferenciações com a realidade exterior.
Na atualidade destacam-se as idéias do sociólogo Edgar Morin que propõe a religação dos saberes com novas concepções sobre o conhecimento e a educação, propondo um conceito de complexidade. Ele se opõe ao pensamento que distingue e que fragmenta os conhecimentos. Tem como meta a transdisciplinaridade, que possibilita ao educador uma nova postura diante da realidade necessária para uma prática pedagógica libertadora.
Pierre Bourdieu (1930-2002), por sua vez, vê a escola como reprodutora de valores, reforçando as desigualdades sociais. Ela é marcada pelo caráter de classes desde sua organização pedagógica até a forma como prepara o futuro dos alunos. Nesse sentido, a escola deixa de ter caráter transformador.
Para fechar o estudo, buscou-se enveredar pela teoria da argentina Emilia Ferreiro, que se tornou referência para o ensino no Brasil, integrando-se ao construtivismo, campo de estudo inaugurado por Jean Piaget (1896-1980). Em sua teoria as crianças têm papel ativo em seu próprio conhecimento. Segundo Emilia Ferreiro (1982), a construção do conhecimento e da escrita, tem uma lógica individual, embora aberta à interação social dentro ou fora da escola.
Considera-se a partir deste ensaio, que os estudos voltados para a educação existem desde muito antes de existirem escolas. Remetendo-se aos primeiros filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles, pode-se fundamentar esta constatação.
Percebe-se ainda que as teorias aqui estudadas, mesmo não tendo em sua origem a pretensão, elas norteiam a ação profissional e de algum modo contribuem para as transformações da prática docente, de acordo com as mudanças que surgem no decorrer dos tempos.
Pôde-se perceber ainda, que todas as teorias nasceram da observação das atitudes de cada indivíduo, da maneira como cada um se desenvolve e se relaciona com o meio, para a partir daí serem criados os mecanismos de ensino.
Mesmo não tendo um conhecimento profundo das obras dos autores citados os profissionais da educação trabalham sob suas influências incorporando-as em suas práticas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CUNHA, Marcos Vinicius da. Psicologia da Educação.-4 ed. –Rio de Janeiro: Lamparina,2008.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. 284 p.
GOULART, Iris Barbosa. Psicologia da Educação: Fundamentos Teóricos Aplicações à Prática Pedagógica. 13 ed. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ. 2007.
NOVA ESCOLA, Revista. Grandes Pensadores, ed. Especial nº 19, São Paulo. SP, julho 2008
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional, 17ª ed. Ática. São Paulo, SP. 2006
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar: o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis. RJ: ed. 12ª . Vozes, 2005.
Créditos
Por: Maricelma almeida chaves
Ester de Santana Molina
Laudecir Monteiro Pimenta
Maricelma Almeida Chaves
Marivania Xaves Almeida
Solange Telles Araújo
Valdenei Tavares Caranha
Judite Filgueiras Rodrigues
1)-Pode haver ensino sem que haja aprendizagem?
Para que o processo de ensino e suas relações sejam eficientes é necessário conhecer esse processo, integrando as relações para compreender a educação e o ensino como um todo sistemático intencional, visto que um não existe sem o outro. O ensino e a aprendizagem são processos intencionais, dirigidos e orientados para atingir objetivos e finalidades. O ensino não se faz sem a aprendizagem, apesar de apresentarem caráter e sujeitos da ação diferentes(professor/aluno). Este processo de ensino-aprendizagem só é significativo quando correspondem aos objetivos e finalidades da educação e às necessidades e interesses dos sujeitos envolvidos.
Outro processo de suma importância para o ensino-aprendizagem, é a relação entre ensino e pesquisa, compreendida como a necessidade da buscar conhecer o “não-conhecido” como forma de construção do conhecimento do professor e, consequentemente, do aluno, uma vez que o professor pesquisador vai procurar sempre adequar o ensino à clientela, refletindo não só sobre esta, mas, sobre todo o contexto escolar e social.
Créditos a Ieda Sande
2)Pode haver ensino sem que haja educação?
Educação e ensino não são palavras sinônimas, mas uma não exclui a outra.
A educação é um processo de socialização e aprendizagem encaminhada ao desenvolvimento intelectual e ética de uma pessoa.
Quando esse processo de socialização e aprendizagem se dá nas escolas, dizemos que há ensino.
O ensino, portanto, é tarefa preponderante das instituições de ensino, que trabalharão, no
processo de formação escolar, com alunos, professores, conhecimentos e métodos.
A Lei Federal 9.394, mais conhecida como Lei e Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), disciplina os conceitos educação e ensino. A terminologia foi alterada em se tratando dos níveis de ensino. Fala-se em educação infantil e em educação superior, mas em ensino fundamental e ensino médio com finalidades bem específicas para cada um dos níveis.
Cremos, em todo caso, que pelo conteúdo da norma constitucional, o termo mais adequado para o artigo 206 deva ser educação e não ensino. Portanto, o ideal é que a Constituição fizesse referência
a princípios de educação, isto é, de forma mais abrangente. Sem embargo, como todo ensino tem
por fim a educação, assim são enumerados os princípios de ensino:
a) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
c) pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
d) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
e) valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público
de provas e títulos
f) gestão democrática do ensino público, na forma da lei.
g) Garantia de padrão de qualidade.
Mas o que são princípios do ensino?
No âmbito do artigo 206, poderemos considerar os princípios como sendo os enunciados básicos, previstos em cada um dos incisos, que compreendem e contemplam uma série de situações e demandas no âmbito educacional, resultando mais gerais que as normas constitucionais já que, precisamente, servem para inspirá-las e entendê-las.
Em substância: Os princípios de ensino constituem uma espécie de cimento de toda a estrutura jurídico-normativa da educação nacional.
(Créditos a Vicente Martins)Professor Assistente de Língua Portuguesa e Lingüística dos Cursos de Letras e Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Graduado e pós-graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com mestrado em Educação e área de concentração em política educacional, pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Coordena, desde 1995, o Núcleo de Estudos Lingüísticos e Sociais(NELSO/UVA).
PODE HAVER APRENDIZAGEM SEM QUE HAJA EDUCAÇÃO?
Ensinar e aprender: duas coisas diferentes - 31/03/2008
Tradução: Beatriz Cannabrava
Aprender são duas coisas diferentes.
Parece óbvio, mas não é.
Na prática, está muito arraigada a idéia de que ensinar e aprender são a mesma coisa. Que basta que alguém ensine para que outro aprenda. O professor, diante do aluno que admite que não sabe ou não entende, responde quase sem pensar:
- "Mas eu já ensinei isso!"
E se o aluno responde:
- "Mas eu não aprendi".
O professor pode até entender isso como uma incoerência, algo sem sentido e até como uma insolência, não como uma possibilidade real, como uma defasagem perfeitamente normal dentro de todo processo de conhecimento que envolve uma relação ensino-aprendizagem.
A própria expressão ensino-aprendizagem, tão repetida e utilizada na Pedagogia tem contribuído, sem dúvida, para favorecer e alimentar a confusão, criando a imagem (fonética e visual) de que os dois termos constituem uma unidade inseparável, dividida apenas por um minúsculo hífen. Mas a realidade nos indica que não existe essa unidade inseparável e que no meio há algo maior e mais grave que um hífen.
Porque a verdade é que pode haver ensino sem aprendizagem como também pode haver aprendizagem sem ensino.
Um professor pode ensinar as propriedades da soma e nenhum de seus alunos aprender o que ele ensina. Da mesma forma, um aluno pode aprender as propriedades da soma sem que ninguém tenha ensinado, pegando um livro e estudando por conta própria.
Ensinar e aprender são processos diferentes que envolvem sujeitos também diferentes: um educador e um educando.
Ensinar e aprender, por envolver processos e sujeitos diferentes, supõe também métodos diferentes: os mecanismos e estratégias que o professor utiliza para desenvolver a lição de História são diferentes daqueles que o estudante utiliza para aprender essa mesma lição.
O estudante vai recorrer, por exemplo, a associações com nomes ou episódios conhecidos ou vivenciados, enquanto que o professor estará se preocupando em reconstituir os autores consultados, buscar uma relação entre os acontecimentos, encontrar exemplos, etc.
A situação de ensinar sem que isso se traduza em aprendizagem efetiva é bastante comum e, de fato, acontece todo dia no sistema educativo. Se todo ensino se traduzisse automaticamente em aprendizagem todos os nossos estudantes seriam gênios.
O problema é que os professores ensinam, mas os alunos não aprendem.
O problema é que existe uma grande brecha e um grande desperdício entre a abundante informação que se ensina no sistema educativo e a informação que é efetivamente registrada, processada e aprendida pelos estudantes.
Uma margem razoável de desperdício de informação é inevitável em todo processo educativo.
Falta de motivação, de interesse, de atenção, de concentração, de compreensão, etc., impedem que o conhecimento seja registrado e fixado. Por outro lado, existem mecanismos naturais de seleção: nem tudo interessa a todos, nem da mesma maneira, motivo pelo qual cada um seleciona e prioriza a informação que recebe.
Por assumir que ensinar equivale a aprender, a educação tem se centrado tradicionalmente no ponto de vista do ensino, tirando a partir daí conclusões sobre a aprendizagem.
A Pedagogia, o debate metodológico tem girado fundamentalmente em torno aos métodos de ensino e não de aprendizagem, dando por sentado que os métodos de ensino coincidem com os métodos de aprendizagem.
Hoje, os novos ventos educativos estão finalmente fixando sua atenção na aprendizagem, ou seja, no ponto de vista do aluno. Esse fato marca uma mudança radical na pedagogia.
O objetivo final da educação é a aprendizagem e é a partir dela que se avalia o aluno, o professor e o sistema.
O que importa é que os alunos aprendam, não que os professores ensinem. Nessa perspectiva, o bom professor não é o que ensina muitas coisas, mas sim aquele que consegue que seus alunos aprendam efetivamente aquilo que ensina.
20 de junho de 2013
PSICOMOTRICIDADE 4o Formação de Docentes
PSICO
Sumário:
1- Definições e características
2- Elementos da psicomotricidade
3- A Importância da
Psicomotricidade no Processo da Aprendizagem
4- Sociedade Brasileira de
Psicomotricidade
5- Do prazer do brincar ao prazer
do aprender
6- Psicomotricidade, uma ciência a serviço da vida
7- O trabalho psicopedagógico à luz da psicomotricidade
8- Resenha: Formação Docente e Psicomotricidade em tempos de Escola
Inclusiva: uma leitura com base em Henri Wallon.
9- A Importância da
Psicomotricidade na Educação Infantil.
10- Psicomotricidade Relacional
1- O que é a
Psicomotricidade?
A Psicomotricidade, como
forma de intervenção de mediação corporal, constitui um recurso pedagógico e
terapêutico em situações onde a capacidade de adaptação está comprometida,
considerando que as potencialidades motoras, emocionais, mentais do indivíduo
estão em constante interação e integração. Esta ciência, como amplo campo de
intervenção, privilegia experiências corporais com incidência corporal,
relacional e cognitiva.
Segundo a ABP ( Associação Brasileira de Psicomotricidade)
“Uma ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo
em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das
aquisições
cognitivas,afetivas e orgânicas”.
(S.B.P.1999).
Educação
e psicomotricidade
A Educação é um processo de construção social de conhecimentos, ela é
inerente à sociedade, onde o ser humano transforma a natureza atendendo as suas
necessidades, produzindo, com isso, sua própria existência. È nessa humanização
que um organismo ao nascer, vai se tornando humano.
Conforme a sociedade vai se organizando, vão se constituindo, o ser
humano e a sociedade, sob a expressão escrita como forma de linguagem, formando
o cidadão.
O processo educativo é o caminho para essa humanização social e,
portanto é a partir da escola que isso se torna possível também, pois o
processo educativo não acontece apenas na escola.
Desde 1549, com os Jesuítas, nossa escola ou nosso processo de
organização social, vêm sendo estabelecidos, transformados e transformando os
cidadãos dessa terra, numa perspectiva de humanização social em relação ao
mundo.
Aprender é um desejo do ser humano, para suprir seus desejos, suas
necessidades, é uma vivência direta do ser humano com um antes e um depois
mediado por um processo de mudanças.
A aprendizagem é uma atividade (todo o movimento humano dirigido a um
fim) onde o aluno tende a modificar-se, onde os conteúdos não são um fim e sim
um meio. Esta aprendizagem necessita de três momentos fundamentais: o
planejamento, a execução e o controle da atividade.
Toda atividade tem um sujeito, um objeto e um propósito que busca
alcançar um resultado e esse resultado é a modificação do objeto inicial.
A tarefa do educador é transformar conteúdos (informações) em
conhecimentos (formação), habilidades, ou hábitos. A seleção de conteúdos
então, não é seleção de conhecimentos e sim uma seleção de informações. Onde um
conjunto de informações irá depender de uma forma para atingir sucesso na
construção de conhecimentos e a forma com que o aluno aprende é através de uma
experiência educativa. A forma de ensinar é a maneira de prover o aluno com uma
experiência educativa.
Trabalhar com atividades psicomotoras como instrumento de aprendizagem
garante um ser humano com desenvolvimento bio-psico-social pleno.
As práticas psicomotoras podem desenvolver-se em contextos de ação diferenciados, em função da origem, história e caracterização do sujeito, nas suas possibilidades e dificuldades, e do contexto de intervenção (Fonseca e Martins, 2001).
A
Psicomotricidade tem sido aplicada no contexto das perturbações do desenvolvimento
e da aprendizagem de forma educativa e preventiva como também terapêutica nas
diversas faixas etárias.Ela abrange
indivíduos com dificuldades psicomotoras relacionadas à coordenação, tensão
excessiva nas extremidades e articulações, distonias, lateralidade, equilíbrio,
orientação espaço-temporal, ritmo, esquema corporal, dentre outras.
Atende
crianças que apresentam distúrbios de comportamento associados (agressividade,
inibição, falta de limites, baixa tolerância à frustração, hiperatividade,
baixa estima), distúrbios de aprendizagem (queda de rendimento, dificuldade de
expressão verbal ou gráfica, problemas de orientação espaço-temporal,
distúrbios de atenção e de tônus, lentidão), dificuldades de sociabilização
(integração em grupo, situações novas e ameaçadoras etc), os quais estão
envolvidos com o baixo aproveitamento escolar.
Como atua?
Atua na vivência da pessoa, na interação com
materiais, no brincar e experenciar, permitindo ganhos a nível psicomotor e
também estimulações de várias capacidades a nível cognitivo, lingüístico e
sócioafetivo.
Sua essência: é o CORPO.
O importante é a consciência de nós mesmos e de nosso
"universo".O contato corporal faz com que a criança comece a ter
noção, consciência de seu próprio corpo, e portanto seu próprio eu, se
localizando no espaço e no tempo, construindo sua própria identidade.
Trabalha os conflitos e as necessidades mais profundas que a mesma
possui. Muitas crianças e adolescentes que não dominam a linguagem verbal ou
escrita podem expressar-se através do corpo.
"Quanto mais vivo for seu corpo, mais vibrante
você estará no mundo." Lowen
a- Ao nível das funções cognitivas e
executivas
Em termos das funções cognitivas e executivas, a interação com os materiais
e a midiatização da ação pelo psicomotricista, consistem num permanente
estímulo do raciocínio lógico, da abstração, do estabelecimento de relações
entre as ações, da resolução de tarefas problema, da percepção, da memória e da
atenção, da capacidade de pensar a sua ação antes de a realizar e de antecipar
as consequências do seu comportamento motor e/ou as suas dificuldades.
b- Ao nível das funções linguísticas
Em termos das funções linguísticas, além de se estimular a aquisição de
conceitos muito básicos (cor, forma, tamanho, textura, velocidade, posição,
ordem, etc), a criança é incentivada a usar a sua linguagem interior como mediadora
entre o pensamento e a sua ação, desta forma, regulando e adaptando o seu
comportamento às necessidades da situação.
c. Ao nível sócio afetivo e emocional
A interação com o psicomotricista, num contexto informal, permite o
surgimento de temáticas de interesse para a criança. Muitas vezes, ao dar à criança
a oportunidade de projetar as suas angústias, frustrações e preocupações (por
exemplo, quando assume uma personagem de uma história a ser dramatizada ou no
brincar com marionetes), estamos contribuindo para a exteriorização e a
resolução, muitas vezes inconsciente, desse mal estar. A relação e as vivências
com os materiais e problematizações, origina muitas oportunidades de
aprendizagem de competências sociais.
Quando as tarefas, especificamente planejadas para ter um nível
compatível de dificuldade (ou seja, nem
demasiadamente fáceis, nem demasiadamente difíceis) são resolvidas com sucesso,
verificamos que a criança aumenta a sua auto-confiança e a sua auto-estima e
anima-se a realizar um esforço maior para conseguir ir além do que se julga
capaz.
d. Ao nível das funções psicomotoras e
motoras
Em muitas crianças, encontramos um perfil psicomotor pouco funcional que
exige uma intervenção específica. Na presença de problemas ao nível da
tonicidade, do equilíbrio, da lateralidade, da somatognosia, da estruturação
espaço temporal ou da praxia grosseira (global ou fina), são propostas tarefas
que visam desenvolver estas áreas que se apresentam com fraco desenvolvimento,
numa lógica de que as experiências significativas que temos com o nosso
corpo, por se encontrarem num eixo muito básico do desenvolvimento humano, podem
servir de base para o desenvolvimento do nosso pensamento e para a modificação
do nosso próprio comportamento. À nível motor, os problemas de coordenação,
flexibilidade, velocidade ou força, podem ser ultrapassados ou, pelo menos,
melhorados, através da realização de várias tarefas motoras.
Quais
são os resultados?Em termos práticos, a intervenção a nível psicomotor,
tem-se revelado uma forma importante de intervenção pedagógico-terapêutica, na
medida em que é organizadora, não só do comportamento, mas do próprio
pensamento, uma vez que, o fato de aprender e conseguir organizar-se
externamente, em interação com os diversos materiais e atividades educativas e
terapêuticas, auxilia a organizar o seu interior, de uma forma consciente ou
inconsciente com aumento da auto estima.
2- ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE
a- Esquema corporal
b- Lateralidade
c- Orientação espacial
d- Orientação
temporal
e- Pré Escrita
a- Esquema corporal: A formação do “EU”, da personalidade da
criança, isto é, o desenvolvimento do esquema corporal, a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desde
corpo.
b- Lateralidade: corresponde aos lados do corpo, a dominância de um deles em relação a sua simetria.
“É uma sensação interna de que o
corpo tem dois lados e duas metades que não são exatamente iguais.”(Holle)
“A lateralidade representa o predomínio normal de um lado do corpo. O
fortalecimento da lateralidade é importante para a criança, por constituir a
base de orientação espacial e da coordenação geral. Esse fortalecimento pode
ser treinado durante a evolução neurológica. Antes, a criança utiliza,
indistintamente, os dois lados do corpo e, com a maturação do organismo, vai
estabelecendo preferência por um dos lados. É uma fase que pode ser influenciada
por estimulação do meio.” (Zazzo e Ajuriaguerra)
c- Espacialidade: a maneira como a criança se localiza no espaço que a circunda.
Percepção espacial: “a percepção
espacial refere-se às noções de espaço que influem na capacidade para lidar com
noções referentes à dinâmica, à orientação e estruturação espacial.”(Vayer)
“Toda a nossa percepção de mundo é uma percepção espacial, na qual o
corpo é o termo de referência. O mundo espacial da criança constrói-se,
paralelamente ao seu desenvolvimento psicomotor, à medida da crescente eficácia
de sua gestualidade e da crescente importância dos fatores relacionais que
criam o espaço da comunicação.”(Coste)
d-
Temporalidade: como se situa no tempo
Percepção temporal: “Perceber o tempo é
situar o presente em relação a um antes e um depois; é distinguir o lento do
moderado e do rápido. Refere-se a noções de adaptação, orientação e
estruturação do tempo. A adaptação é a capacidade de seguir ritmos diferentes;
orientação é a capacidade para lidar com noções referentes ao tempo e
estruturação, é a capacidade de interpretar sons segundo ritmos e
duração.” (Vayer e Ajuriaguerra)
- Pré Escrita: é a dominância de movimentos que correspondem a maturação de todos os
elementos da psicomotricidade
3- A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO DA
APRENDIZAGEM
Luciene Rochael ( maio, 2009)
A Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades
que desenvolve a motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao domínio
do seu próprio corpo. Por isso dizemos que a mesma é um fator essencial e
indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da
Educação Psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de
aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico;
quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema,
em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor.
Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da
psicomotricidade são utilizados com freqüência. O desenvolvimento do Esquema
Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal e
Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem; um problema em um destes
elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem.
O ato antecipa a palavra, e a fala é uma importante ferramenta
psicológica organizadora. Através da fala, a criança integra os fatos culturais
ao desenvolvimento pessoal. Quando, então, ocorrem falhas no desenvolvimento
motor poderá também ocorrer falhas na aquisição da linguagem verbal e escrita.
Faltando a criança um repertório de vivências concretas que serviriam ao seu
universo simbólico constituído na linguagem, conseqüentemente, afetando o
processo de aprendizagem. A criança, cujo desenvolvimento psicomotor é mal
constituído, poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção
gráfica, na distinção de letras (ex: b/d), na ordenação de sílabas, no
pensamento abstrato (matemática), na análise gramatical, dentre outras.
A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades
tais como:
·
dominância manual já estabelecida;
·
conhecimento numérico para saber quantas sílabas
formam uma palavra;
·
movimentação dos olhos da esquerda para a direita
que são os adequados para escrita;
·
discriminação de sons (percepção auditiva);
·
adequação da escrita às dimensões do papel, bem
como proporção das letras e etc;
·
pronúncia adequada das letras, sílabas e palavras;
·
noção de linearidade da disposição sucessiva das
letras e palavras;
·
capacidade de decompor palavras em sílabas e
letras;
·
possibilidade de reunir letras e sílabas para
formar palavras e etc.
Atualmente, a sociedade do conhecimento e da informação exige cada vez
mais rapidez na atividade intelectual, prescindindo à atividade motora, é claro
que as conseqüências se apresentam no tempo. E na educação?
A escola ainda mantém o caráter mecanicista instalado na Educação
Infantil, ignorando a psicomotricidade também nas séries iniciais do Ensino
Fundamental. Os professores, preocupados com a leitura e a escrita, muitas
vezes não sabem como resolver as dificuldades apresentadas por alguns alunos,
rotulando-os como portadores de distúrbios
de aprendizagem. Na realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser
resolvidas na própria escola e até evitadas precocemente se houvesse um olhar
atento e qualificado dos agentes educacionais para o desenvolvimento
psicomotor.
Entendemos hoje que a psicomotricidade, oportunizando as crianças
condições de desenvolver capacidades básicas, aumentando seu potencial motor,
utilizando o movimento para atingir aquisições mais elaboradas, como as
intelectuais, ajudaria a sanar estas dificuldades.
Neuropsiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos têm insistido sobre a
importância capital do desenvolvimento psicomotor durante os três primeiros
anos de vida, entendendo que é nesse período o momento mais importante de
aquisições extremamente significativas a nível físico. Aquisições que marcam
conquistas igualmente importantes no universo emocional e intelectual.
Aos três anos as aquisições da criança são consideráveis e possui,
então, todas as coordenações neuromotoras essenciais, tais como: andar, correr,
pular, aprender a falar, se expressar, se utilizando de jogos e brincadeiras.
Estas aquisições são, sem dúvida, o resultado de uma maturação orgânica
progressiva, mas, sobretudo, o fruto da experiência pessoal e são apenas
parcialmente, um produto da educação. Estas foram obtidas e são
complementadas progressivamente ao tocar, ao apalpar, ao andar, ao cair,
ao comparar, por exemplo, e a corticalização, em si mesma, “é uma estreita
função das experiências vivenciadas”. (Koupernik)
Esta ligação estreita entre
maturação e experiência neuromotora, segundo Henri Wallon passa por diferentes
estados:
- Estado de
impulsividade motora - onde os atos são simples descargas de reflexos;
- Estados
emotivos - as primeiras emoções aparecem no tônus muscular. As situações
são conhecidas pela agitação que produzem, evidenciando uma interação da
criança com o meio;
- Estado
sensitivo-motor - coordenação mútua de percepções diversas (adquire a
marcha, a preensão e o desenvolvimento simbólico e da linguagem);
- Estado
projetivo - mobilidade intencional dirigida para o objeto. Associa à
necessidade do uso de gestos para exteriorizar o ato mental (inteligência prática
e simbólica).
Do ato motor à
representação mental, graduam-se todos os níveis de relação entre o organismo e
o meio (Wallon). O desenvolvimento para Wallon é uma constante e progressiva
construção com predominância afetiva e cognitiva.
Na segunda infância, surgem em funcionamento territórios nervosos ainda adormecidos,
processos da mielinização; as aquisições motoras, neuromotoras e
perceptivo-motoras efetuam-se num ritmo rápido: tomada de consciência do
próprio corpo, afirmação da dominância lateral, orientação em relação a si
mesmo, adaptação ao mundo exterior.
Este período de 3-4 a
7-8 anos é, ao mesmo tempo, o período de aprendizagens essenciais e de
integração progressiva no plano social.
Segundo Wallon, nesse período
outras fases estarão presentes e assim as descreve:
- Estado de personalismo – formação da personalidade que se processa através das interações
sociais, reorientando o interesse da criança com as pessoas, predominância
das relações afetivas;
- Estado categorial – observa-se progressos intelectuais, o interesse da criança para
as coisas, para o conhecimento e as conquistas do mundo exterior,
imprimindo suas relações com o meio, com predominância do aspecto
cognitivo.
Trata-se do período escolar, onde a psicomotricidade deve ser
desenvolvida em atividades enriquecedoras e onde a criança de aprendizagem
lenta terá que ter, ao seu lado, adultos que interpretem o significado de seus
movimentos e expressões, auxiliando a na satisfação de suas necessidades.
Na educação infantil, a prioridade deve ser ajudar a criança a ter uma
percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações
reais e ao mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior
liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras.
O movimento e sua
aprendizagem abrem um espaço para desenvolver:
- Habilidades
motoras além das dimensões cinéticas, que levem a criança aprender a
conhecer seu próprio corpo e a se movimentar expressivamente;
- Um saber
corporal que deve incluir as dimensões do movimento, desde funções que
indiquem estados afetivos até representações de movimentos mais elaborados
de sentidos e idéias;
- Oferecer
um caminho para trocas afetivas;
- Facilitar
a comunicação e a expressão das idéias;
- Possibilitar
a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço;
- Apropriação
da imagem corporal;
- Percepções
rítmicas, estimulando reações novas, através de jogos corporais e danças;
- Habilidades
motoras finas no desenho, na pintura, na modelagem, na escultura, no
recorte e na colagem, e nas atividades de escrita.
Os materiais que colaboram para
as experiências motoras podem incluir:
- Túneis
para as crianças percorrerem;
- Caixas de
madeira;
- Móbiles;
- Materiais
que rolem e onde as crianças possam entrar;
- Instrumentos
musicais ou geradores de som (bandinhas de diversos objetos etc.);
- Cordas;
- Bancos,
sacos de diversos tamanhos, pneus, tijolos;
- Espelhos,
bastões, varinhas;
- Papéis de
todos os formatos;
- Giz,
lápis, canetas hidrográficas (de diversos tamanhos);
- Elásticos
e outros.
Enfim, estimular atividades corporais, para além da sala de aula,
propiciando experiências que favorecerão a motricidade fina, auxiliariam os
alunos de ritmo normal e os de aprendizagem lenta a vencer melhor os desafios
da leitura e da escrita.
Além disso, pode ser destacado o fato de que as brincadeiras e os jogos
são importantes no mundo da fantasia da criança, que torna possível transcender
o mundo imediatamente disponível, diretamente perceptível. O mundo perceptível
das pessoas é sempre um mundo significativo, isto é, sempre um mundo
interpretado por alguém e, portanto, singular e subjetivo tal como a escrita.
As crianças estão sempre em movimento, se deslocando entre ações
incertas, aleatórias, em função de sua curiosidade com o mundo, para a construção
de interesses próprios mais claros. A escola pode aproveitar esse movimento ou,
então, pode inibi-lo de tal modo que desencoraje a criança em sua pesquisa com
o meio.
A atitude da escola frente à espontaneidade do movimento de cada criança
poderá senão determinar, pelo menos influenciar fortemente o rumo do processo
de aprendizagem da criança. A escola que trabalha com especial atenção para o
desenvolvimento psicomotor da criança tende a contribuir no bom aprendizado.
A educação psicomotora nas escolas visa desenvolver uma postura correta
frente à aprendizagem de caráter preventivo do desenvolvimento integral do
indivíduo nas várias etapas de crescimento.
A educação psicomotora ajuda a criança a adquirir o estágio de perfeição
motora até o final da infância (7-11 anos), nos seus aspectos neurológicos de
maturação, nos planos rítmico e espacial, no plano da palavra e no plano
corporal.
Os princípios
do RITMO — TÔNUS — DINÂMICA CORPORAL obedecem às leis:
- Céfalo caudal;
- Próximo-distal.
O equilíbrio dos opostos será a psicomotricidade.
PSICO : intelectual (cognitivo), emocional (querer), mental (intenção),
movimento, gesto + MOTRICIDADE
Fatores psicomotores e as atividades a
serem trabalhadas na Educação Psicomotora. (Luria e Costallat):
1. Atividade Tônica:
Tonicidade; Equilíbrio.
2. Atividade Psicofuncional: Lateralidade; Noção do corpo; Estruturação
espaço corporal.
3. Atividade de Relação: Memória corporal.
Portanto, para a psicomotricidade interessa o indivíduo como um todo,
procurando auxiliar se um problema está no corpo, na área da inteligência ou na
afetividade, então, definir quais atividades devem ser desenvolvidas para
superar tal problema.
É comum, nas escolas, crianças com distúrbios psicomotores. Embora
aparentemente normais muitas vezes são incapazes de ler ou escrever,
apresentando vários outros problemas que interferem no processo escolar. Pode
até ser gerado por uma disfunção cerebral mínima, por um problema físico ou até
mesmo emocional.
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade, pois fariam com que as crianças tivessem
liberdade de realizar experiência com o corpo, sendo indispensável no
desenvolvimento das funções mentais e sociais.
Desenvolvendo, assim, pouco a pouco, a confiança em si mesma e o melhor
conhecimento de suas possibilidades e limites, condições necessárias para uma
boa relação com o mundo. É interessante levar a criança a expor fatos
vivenciados, com a finalidade de estabelecer uma ligação entre o imaginário e o
real.
Na escola, é importante que se leve em
consideração os aspectos:
1- Socioafetivo: Favorecer sua auto-imagem positiva, valorizando suas
possibilidades de ação e crescimento à medida que desenvolve seu processo de
socialização e interage com o grupo independente de classe social, sexo ou
etnia;
2.
Cognitivo: Acreditar que, através das descobertas e resoluções de situações, ele
constrói as noções e conceitos. Enfrentando desafios e trocando experiências
com os colegas e adultos, ele desenvolve seu pensamento;
3.
Psicomotor: Através da expansão de seus movimentos e
exploração do corpo e do meio a sua volta. Realizando atividades que envolvam
esquema e
imagem corporal, lateralidade, relações têmporoespaciais.
O professor não deverá esquecer que o material de seu trabalho é o seu
aluno. Portanto, não deverá preocupar-se apenas em preparar o ambiente escolar
com cartazes, painéis, faixas. Mas em preparar a si mesmo. É necessário que ele
conheça seu aluno, torne-se seu amigo.
É a partir de uma relação autêntica e de confiança, estabelecida entre
professor e aluno, que se poderão propor dinâmicas que auxiliem o
desenvolvimento infantil, contribuindo na capacidade de expressão e de habilidades
motoras das crianças.
A autenticidade e a cumplicidade das relações no campo educacional, que
podem ocorrer espontaneamente favorecem enormemente o desenvolvimento das
habilidades psicomotoras de forma motivante e altamente significativa, facilitando
assim, a aprendizagem e o desenvolvimento global das crianças.
Para que haja intercâmbio entre professor X aluno X aprendizagem, o
trabalho da psicomotricidade é da mais valiosa função, tanto no maternal como
na pré-escola e alfabetização, por haver um estreito paralelismo entre o
desenvolvimento das funções psíquicas que são as principais responsáveis pelo
bom comportamento social e acadêmico do homem.
É inegável que o exercício físico é muito necessário para o
desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano e em especial da
criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação, o aparelho
digestivo, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade física
geral, dando ao corpo um pleno desenvolvimento.
Quanto à parte mental, se a criança possuir um bom controle motor,
poderá explorar o mundo exterior, fazer experiências concretas que ampliam o
seu repertório de atividades e solução de problemas, adquirindo assim, várias
noções básicas para o próprio desenvolvimento intelectual, o que permitirá
também tomar conhecimento do mundo que a rodeia e ter domínio da relação
corpo-meio.
Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento é
uma peça mestra do edifício pedagógico, que permite à criança resolver mais
facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por outro lado,
para a sua existência futura no mundo adulto, essa atividade não ficará mais
relegada ao segundo plano, sobretudo porque o professor constatará que esse
material educativo não verbal, constituído pelo movimento é, pôr vezes, um meio
insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver certas formas de
atenção, por em jogo certos aspectos da inteligência.
O trabalho do educador, consciente da importância e utilidade da
psicomotricidade na escola, é de orientar o professor, motivando-o através de
uma conscientização da validade de aplicação da mesma e despertando o seu
interesse, para que possam ajudar aos que estão envolvidos no processo de
ensino aprendizagem chegarem ao sucesso almejado.
Bibliografia:
CURTSS, Sandra. A Alegria do Movimento na Pré-escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
GUILHERME, Jean Jacques. Educação e Reeducação Psicomotoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.
LASSUS, Elisabeth. Psicomotricidade – Retorno às Origens. Rio de Janeiro: Panamed, 1984.
LEBOUCH, Jean. Educação Psicomotora: Psicocinética na Idade Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
LEBOUCH, Jean. O Desenvolvimento Psicomotor: do Nascimento aos 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas.
MEUER, A. de. Psicomotricidade: Educação e Reeducação: níveis maternal e infantil. A. de Meuer e L. Staes. Tradutoras Ana Maria Izique Galuban e Setsuko Ono. São Paulo: Manoel, 1989.
4- SOCIEDADE
BRAILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE:
A Psicomotricidade é uma área ainda vinculada a Psicologia, que através
da Associação Brasileira de
Psicomotricidade, (SBP), trabalha sua regulamentação profissional, como
afirmação de uma identidade burilada
a longos anos por excelentes profissionais e pesquisadores de várias áreas.
Segundo a ABP, a Psicomotricidade esta relacionada ao processo de
maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas”. (S.B.P.1999).
A ABP diz ainda que “o Psicomotricista é o profissional da área de saúde
e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do Homem na aquisição, no
desenvolvimento e nos distúrbios da integração somatopsíquica”.
Ao longo dos anos suas áreas de atuação estiveram entre a Educação, a
Reeducação e a Terapia, mas hoje seguramente podemos dizer que duas áreas são
nitidamente verificadas como as áreas de atuação do Psicomotricista: a Educação
e a Clínica.
O Psicomotricista é o profissional indicado para trabalhar, segundo a
ABP, “Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com
dificuldades-atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de
necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais
e psíquicas; pessoas que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos,
motores e relacionais em conseqüência de lesões neurológicas; família e a 3ª
idade”.
Mesmo aguardando sua regulamentação, a Psicomotricidade ganha cada vez
mais, estudiosos de várias áreas, interessados em seus conhecimentos e suas
inquietações, caracterizando seu mercado como um mercado muito amplo não apenas
em escolas, consultórios ou hospitais, mas também em empresas e indivíduos de
vários segmentos.
Os alicerces da Psicomotricidade são a Psicanálise, as bases
Neuro-anátomo-fisiológicas, a Antropologia e a Filosofia que organizam o estudo
dos fundamentos da Psicomotricidade na perspectiva de conhecimento do início e
do percurso da existência e significados do ser humano, não apenas o seu
desenvolvimento, mas especialmente a estruturação desse humano.
5- DO PRAZER DE BRINCAR AO PRAZER DE APRENDER Maria
Carolina Sá Moreira Oliveira
TRANSCRIÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BERNARD AUCOUTURIER (ESCOLA FRANCESA DE
PSICOMOTRICIDADE), REALIZADA NA I JORNADA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PSICOMOTRICIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO, EM 22 DE OUTUBRO DE 2005, NA UNIFMU.
Existe uma relação estreita entre o brincar e a
aprendizagem. Se no passado estes termos eram dicotômicos e se contradiziam, no
mundo contemporâneo se entrelaçam. Nos dias de hoje. onde as exigências
cognitivas são precoces, a criança perde o espaço do brincar para o espaço da
aprendizagem interferindo na dinâmica natural do desenvolvimento psicológico da
criança.
Como acontece a transição do prazer do brincar para
o prazer de aprender? Por que a
criança brinca? Aprender o quê?
A criança brinca para compreender o mundo, brinca
para se compreender no mundo na interação com os outros.
O que é brincar?
O brincar é viver, é o prazer da ação, é a vivência
da dimensão psíquica nas relações da criança com o mundo. Ao brincar a criança
vive o prazer de agir simultaneamente com o prazer de projetar-se no mundo em
uma dinâmica interna que promove a evolução e a maturação psicomotora e
psicológica da criança.
O brincar se apropria de fantasmáticas
inconscientes por meio da ação. Através da observação do brincar da criança
podemos avaliar a dimensão inconsciente da criança que auxilia a compreensão da
evolução do sujeito.
De O a 3 anos de idade a criança brinca buscando o
prazer de construir e desconstruir. Esta vontade de agir não pode ser
considerada, neste momento, como um reflexo de agressividade porque esta forma
de brincar transita em uma dimensão inconsciente.
A criança demonstra neste período o prazer de ficar
em pé, rolar, balançar e cair. Trata-se de uma percepção rítmica ligada à
construção e desconstrução que é anterior à percepção espacial. Nesta fase
também apresenta o prazer de ser envolvida ao brincar no meio de tecidos:
encaixar-se, esconder e ser descoberta, perseguida sem ser pega. Poderá também demonstrar interesse
ao identificar-se com agressores que causam medo. Demonstra prazer em reunir e
separar, entrar e sair e encher e esvaziar.
Estas brincadeiras de O a 3 anos descritas acima
defino como BRINCADEIRAS DE REASSEGURAMENTO PROFUNDO que podem perdurar até um
pouco mais de 3 anos. Porque fazem referência aos primeiros contatos humanos
que põem em evidência a relação da criança com seus pais.
A partir dos 3 anos inicia-se a fase de identificação
nas formas do brincar que identifico como JOGO DE REASSEGURAMENTO SUPERFICIAL a
criança começa então a discriminar o masculino do feminino e criar personagens
onipotentes que transitam em uma dimensão ilusória para desenvolver a ação em
um universo ainda incompreensível. Neste momento a criança vivência na
interação com o outro a ação e a ilusão do ser, dando aos poucos a forma de si
própria como sujeito.
Através do processo de identificação e da interação
com o outro a criança aprende a realizar um distanciamento emocional ao
expressar conteúdos psicológicos por meio de objetos, percurso este. Importante
a ser vivenciado pela criança que através de personagens pode expressar seus
medos e angústias proporcionando com esta experiência um conforto emocional.
O que é Reasseguramento?
Reasseguramento é o resultado de uma dinâmica de
prazer que permite à criança atenuar suas angústias interiores como: o medo de
ser destruída (sentimento que é presente desde os primeiros meses de vida), o medo
de ser agredida, de ser abandonada e de ser castrada.
A dimensão simbólica da criança começa a ser
desenvolvida desde os primeiros momentos da vida da criança. O bebê procura os
braços da mãe e se assegura no abraço. A partir do momento que a mãe oferece um
paninho ou um objeto a criança transfere na interação com este objeto a
sensação de prazer do carinho da mãe vivenciado anteriormente. Desta forma,
aprende a buscar forma de prazer simbolicamente.
Os distúrbios no desenvolvimento da aprendizagem
estão intimamente ligados a falta de asseguramento. A angústia surge quando a
criança não é protegida das agressões interiores e exteriores. A angústia das
crianças que não tiveram a oportunidade de asseguramento é real, traduzida
muitas vezes, por meio de dores corporais que podem limitar a construção
psíquica da criança. A construção psíquica da criança se realiza por meio da
fantasmática.
O Jogo de Reasseguramento Superficial sucede o jogo
de Reasseguramento Profundo. Se a criança não vivência de forma substancial a
primeira fase não poderá realizar a segunda. O brincar desenvolve o interesse
da busca de fontes de prazer e promove a descentração tônico-emocional. Se a
criança vive a brincadeira, participa das iniciativas das outras crianças,
compartilhando com elas as emoções, o peso das angústias e o peso da
afetividade. Esta interação favorece a atenção no outro e propicia,
paulatinamente, uma descentralização em si própria. A criança ao se identificar
com o outro, coloca-se no lugar dele abstraindo-se de si própria. Este
distanciamento de si como o centro de atenção é que permite o olhar da criança
sobre si mesma.
O brincar permite o diálogo verbal e não verbal do
corpo e da psique. Através do brincar a criança vive e deixa emergir uma
dimensão inconsciente por meio da liberação dos afetos. Brincando ela dá forma
ao afeto recebido dos pais e cria o seu próprio afeto, por meio de
representações inconscientes. (Afeto = conteúdos emocionais recebidos e
registrados na memória inconsciente e consciente).
Através do corpo em movimento, a criança expressa
sua dimensão inconsciente. A motricidade é o meio entre o continente da
inconsciência e a percepção do agora (consciência).
O corpo é o primeiro objeto transicional pelo fato
de permitir à criança colocar em evidência o prazer que foi vivido com o outro
no passado. Através do corpo ela interpreta e analisa estes conteúdos
inconscientes que definimos como "fantasmática".
O brincar promove a comunicação, a verbalização, a
criação e o desenvolvimento da função simbólica: a capacidade de representar
formas conscientes ( casa,objetos e situações ) e a capacidade de expressão da
fantasmática. A representação simbólica é vivenciada de forma verbal e não
verbal, através de associações com as experiências vividas. Ex: Um menino e uma
almofada. A almofada representa o carro e ele o motorista e a ação total a
identificação do pai dirigindo o automóvel. Com a boca ele produz o barulho do
motor e o seu corpo se ativa psicomotoramente.
No prazer do brincar existe sempre a presença do
outro de forma simbólica. Esta é a síntese do reasseguramento. A representação do brincar evolue com o
desenvolvimento da psique. Com 3 e 4 anos diante de uma brincadeira de lobo a
criança entra no jogo e é tomada pela sua fantasmática de a feto e angústia.
Com 5 e 6 anos na brincadeira de lobo ela responde à brincadeira com um certo
distanciamento. Com 7 anos ela diz: - Hoje vamos brincar de lobo e acaba não
brincando porque o simples fato de evocar é suficiente para o reasseguramento.
Ela age com o lobo de forma mental. Portanto no brincar há uma evolução da
representação por meio do corpo para a representação mental.
Este é o paradigma que une e desenvolve o prazer do
brincar para o prazer da aprendizagem. A aprendizagem é um prolongamento de uma
dinâmica de prazer que vai do corpo ao pensamento. O prazer da aprendizagem
ocorre no nível inconsciente e consciente.
O prazer de aprender começa bem cedo quando a
criança com quase um ano começa a se apoiar para buscar ficar em pé sozinha,
sem a ajuda dos pais ou qualquer adulto do seu lado. Realizando tentativas e
caindo, ela estará aproveitando a aprendizagem postural e as compensações.
Buscando posições de segurança e equilíbrio, ela vai tomando consciência do
desencadeamento postural. A repetição na aprendizagem é fundamental porque
através de uma dinâmica de prazer a criança vai aos poucos, memorizar o
movimento e as posturas, o que vai permitir ela se apoiar nos pés e conseguir a
tensão tônica suficiente para dizer: - Eu consigo; eu existo.
A condição da aprendizagem motora está intimamente
ligada à possibilidade da ação e ao prazer da conquista dela. Se os pais não
dão essa liberdade necessária à experimentação, a criança poderá, mais tarde,
apresentar limitações psicomotoras intransponíveis pelo fato de ter sido
impossibilitada de vivenciar o desequilíbrio, cair e aprender como buscar
soluções para este desequilíbrio.
As crianças, por perseverança inata vão adquirindo
confiança por meio das tentativas: porque é pela ação que a criança aprende o
prazer de existir e adquirir confiança em si mesma.
Assim como a criança encontra a segurança afetiva
através do brincar, ela vai conquistando, aos poucos, o mundo em função da sua
ação. Para descobrir o que está no alto. ela vai estender o próprio corpo para
alcançar o que quer. Através da sensação do corpo na exploração do espaço e na
descoberta da massa dos objetos é que ela vai ativar sua habilidade tônica para
pegar o que é pesado e o que é leve. Conquistando a habilidade tônica, ela
aprende a tocar, acariciar, transpondo-se, inconscientemente, da forma como foi
tocada e acariciada.
A mão é um prolongamento da boca como se a criança
que agride com as mãos agrediu o peito da mãe. Neste sentido, a disgrafia tem
ligação com a dificuldade da linguagem. A mão é a inteligência inconsciente das
primeiras vivências da criança.
CONCLUSÃO:
A aprendizagem está ligada a descontração
tônico-emocional conquistada nos jogos de reasseguramento superficial que
dependem da vivência dos jogos de reasseguramento profundo ligadas à expressão
e vivência do corpo psicomotor.
Ao brincar com os outros, a criança percebe o mundo
exterior dos indivíduos que proporciona à ela parâmetros emocionais e
fantasmáticos.
Aos 6 anos a criança normal deve perceber o mundo
exterior descentrando-se tônico-emocionalmente ao brincar. Quando isto não
ocorre, elas deixam de perceber os seus afetos e permanecem projetando sua
visão interna do mundo, fortemente ligada às emoções ao analisar o mundo real.
No contexto piagetiano, não conseguem
ultrapassar do estágio pré-operatório para o pensamento operatório formal.
A prática psicomotora tem como objetivo auxiliar o
processo de descentração tônica do ambiente egocêntrico próprio das crianças de
4 e 5 anos de idade.
Na prática terapêutica psicomotora a criança é
convidada a passar diferentes níveis simbólicos através do movimento, grafismo
e atividades plásticas de construção e verbalização. Através destas
experiências a criança toma consciência da sua produção como corpo e percurso de
linguagem promovendo a descentralização tônica.
Através da prática psicomotora promove-se a
linguagem espontânea da criança, capaz de colocar palavras sobre emoções
vividas. Por meio da linguagem e do exercício da mesma promove-se a maturação
do conhecimento. Ex: se a criança salta 50 vezes sobre um tapete vermelho e não
se coloca emocionalmente por meio da verbalização a criança não pode ter acesso
à linguagem e conseqüentemente não pode ter acesso à simbologia e á cognição.
Há uma coerência entre o corpo e a cognição assim como há uma coerência entre
da maturação psicológica com a via motora compreendida na expressão psicomotora
de conteúdos inconscientes e conscientes.
A terapêutica psicomotora visa promover o contato
da criança com seus próprios afetos através da expressão, ativando conteúdos
fantasmáticos na dinâmica da experimentação da ação necessária para a
aprendizagem da representação simbólica e da criação da imagem mental dos
objetos. A prática busca favorecer a passagem da criança para o nível
operatório formal, no desenvolvimento do pensamento abstrato momento este onde
a criança obtém a base cognitiva necessária para o processo de alfabetização e
introdução no ensino regular.
Maria
Carolina Sá Moreira Oliveira
Participante
da I Jornada
Arte
Educadora/Especialista em Reabilitação
Pós
graduanda em Psicomotricidade
6-Psicomotricidade: uma ciência a
serviço da vida.
Fátima Gonçalves
A Psicomotricidade é uma ciência cabível em
qualquer época da nossa vida. Seja na infância, adolescência, adulta ou
velhice, pode-se lançar mão dessa ciência como terapia, ou simplesmente para
uma melhoria na qualidade de vida.
Na infância, a psicomotricidade é de vital
importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Estruturando-se
sobre três pilares: o querer fazer (emocional), o poder fazer(motor) e o saber
fazer(cognitivo), essa ciência leva a criança a um desenvolvimento global e
multidisciplinar.
O corpo é nosso universo particular. Nele nos
movemos, sentimos, agimos, percebemos e descobrimos novos universos. Tudo está
devidamente gravado nesse corpo, e é na infância que determinamos o que será
bem gravado e o que nem tanto. A psicomotricidade auxilia esse universo em
formação a se descobrir por inteiro, através de estimulação e exploração
concreta do mundo.
Aprender, movimentar, sentir esse universo e
partilhar com outros, será determinante na estruturação desse sujeito que se
forma.
Na adolescência começamos uma nova fase da nossa
vida. Um novo nascimento se dá, isto é, depois do nascimento biológico
(dependente e em formação do aparelho psíquico), temos o nascimento para a vida
em sociedade. Novos
conflitos aparecem, tais como: perda do corpo infantil; perda da identidade
infantil; perda dos pais infantis. È hora de ser adulto, mas ainda se sente
criança, ou vice-versa. Todos esses conflitos interiores vão criar uma desorganização
e transformação na imagem corporal, levando-nos a uma nova identidade.
Novamente a Psicomotricidade se mostra um apoio
importante para a assimilação dessa nova fase. Agindo na aceitação dessa nova
imagem, através da aprendizagem da relação, observação de si mesmo, consciência
de quem somos e o que queremos, ela nos leva a nos reestruturar. Então aquele
nosso universo, apesar de já conhecido, aparece repaginado, onde o concreto
infantil dá lugar à subjetividade do adulto.
Na fase adulta, encaramos novos desafios,
tornando-se nossa face profissional e financeiro a prioridade momentânea. O
corpo deixa, então, o seu caráter de universo de todas as sensações vividas,
para se tornar um apelo social estético. Novamente a nossa imagem corporal é
abalada e modificada, criando muitas vezes conflitos e distorções.
Outro aspecto importante a salientar nessa fase, é
a tensão gerada por essas novas prioridades, levando-nos a maus hábitos, stress
e tensões no dia a dia. Isso acarreta um descontrole tônico e emocional gerando
prejuízos a nossa saúde. Lançamos mão da psicomotricidade, nesse momento, a fim
de resgatar a nossa verdadeira essência. Reequilibrando e reorganizando o corpo
através de terapias que vão gerar auto-conhecimento e fortalecimento da
auto-imagem.
A Eutonia é um exemplo dessas terapias aplicadas a
adultos, pois educa e traz à consciência o funcionamento do corpo; leva o
sujeito a reconhecer e intervir nos processos psíquicos, aliviando tensões e
reconhecendo seus espaços internos e externos e preparando-o para uma nova
fase.
A velhice se torna outro marco de desestruturação
da imagem corporal. Alguns mitos rondam essa fase de nossa vida, são eles:
todos os velhos são iguais; homens e mulheres envelhecem do mesmo jeito; os
idosos não aprendem mais e não contribuem em nada; tornam-se um ônus econômico
para a sociedade; não tem sexualidade, etc. Todas as essas crenças levam a
alterações anatômicas, funcionais e emocionais.
Na velhice encontramos a gerontopsicomotricidade,
que vem ajudar os sujeitos, dessa fase, nas perdas psicomotoras que acontecem
durante o processo de envelhecimento, principalmente na retrogênese.
A longevidade é uma conquista da ciência, e uma
preocupação também, pois temos que durar muito, mas principalmente, durar bem.
A gerontopsicomotricidade resgata o tempo do agora, auxiliando os idosos a se
redescobrirem. Através do corpo e do movimento, os indivíduos recuperam sua
autonomia, seu desejo, sua motivação, seu prazer e sua alegria. Transformam sua
imagem corporal, levando-os a um maior cuidado com seus corpos e adquirindo
maior auto-estima. A velhice se torna, então, sinônimo de novas descobertas.
Como podemos perceber, a nossa imagem corporal é
lábil; está sempre em
transformação. Nas várias fases da nossa vida, os contextos
emocionais vividos, vão se chocando com os nossos sentimentos, emoções e
valores, fazendo novas associações simbólicas e imagens, criando, assim, um
novo corpo representativo. Esse processo de transformação da imagem poderá ser
auxiliado pela psicomotricidade a qualquer tempo. A Psicomotricidade nos faz
voltar ao início de todas as sensações, ao corpo onde se inscreve tudo o que
verdadeiramente somos.
"Como é que teu rosto não és tu"? Quem está
por trás de teu rosto? Imagina-te vivendo num mundo onde não há espelhos.
Sonharias com teu rosto e o imaginarias como reflexo externo do que há dentro
de ti. E depois, quando tivesses quarenta anos, alguém colocaria pela primeira
vez, um espelho a tua frente. Imaginas o susto que levarias! Verias um corpo
completamente estranho. E saberias com certeza o que não é capaz de
compreender: teu rosto não és tu!"(Milan Kundera; A Imortalidade).
Créditos
Por Fátima Gonçalves
Professora
de Educação Física Especialista em Coordenação de esportes.
Pós
graduanda em Psicomotricidade
Participante
da II Jornada da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade do Estado de São
Paulo
7- O trabalho psicopedagógico à luz da psicomotricidade
Flávia Teresa de Lima
“A aprendizagem dramatiza-se no corpo a partir da
experiência de prazer pela autoria. Sendo a autoria objeto de toda intervenção
psicopedagógica e sendo a psicomotricidade a que se ocupa do saber sobre o corpo
e seus modos de valer-se, vamos vendo outros laços fraternais” (Alicia
Fernández).
A citação de Fernández (2001, p.145) remete-nos a
pensar a psicomotricidade enquanto possível ferramenta para uma prática
psicopedagógica mais completa e interdisciplinar.
Equilíbrio, tonicidade, orientação espacial e
temporal, esquema corporal, imagem corporal, lateralidade e coordenação motora
são estruturas psicomotoras necessárias para que nosso organismo explore o
ambiente, perceba-se nesse mesmo ambiente, perceba o outro e, com isso, se
desenvolva.
Assim, é comum na prática psicopedagógica a
necessidade de trabalharmos esses aspectos, que podem se encontrar deficitários
em sua estruturação, nas crianças que nos são encaminhadas porque “não
aprendem”, “não param”, “são descoordenadas”, são “hiperativas”, “as que não
aprendem nada”, “as desinteressadas” ou as que “vivem no mundo da lua”. Esta é
a “queixa sintoma” com a qual nos deparamos no nosso dia-a-dia enquanto
profissionais da área da saúde.
O conceito de sintoma merece nossa especial atenção
e é em Andrade (2002, p.54) que nos baseamos:
Vamos considerar sintoma [...] como sendo o sinal de um conflito
inconsciente, um descompasso entre a demanda subjetiva e a produção objetiva.
Nesse sentido, muito próximo da perspectiva médica, o sintoma não é a doença em
si, mas mostra um desequilíbrio entre organismo e subjetividade.
Assim, estas crianças podem trazer,
concomitantemente, com o sintoma que nos é mostrado, que nos é dado a ver
(Levin, 2003), um déficit lúdico e criativo
significativo. Apresentam-se alienadas em um
objetivismo resultante da dicotimização entre a objetividade e a subjetividade
(Freire, 1983) que lhes acarreta problemas significativos em todo o seu
desenvolvimento neuro-psico-motor e emocional.
Não se pode pensar em objetividade sem
subjetividade. Não há uma sem a outra, que não podem ser dicotomizadas. A
objetividade dicotomizada da subjetividade, a negação desta na análise da
realidade ou na ação sobre ela é objetivismo.
Da mesma forma, a negação da objetividade, na
análise como na ação, conduzindo ao subjetivismo que se alonga em posições
solipsistas, nega a ação mesma, por negar a realidade objetiva, desde que esta
passa a ser criação da consciência. Nem objetivismo, nem subjetivismo ou psicologismo,
mas subjetividade e objetividade em permanente dialética. (Freire, 1983, p.37)
Enquanto humanos, não podemos permanecer na
subjetividade. Existe a necessidade de se objetivar através da práxis, da
realização de um produto, no qual nos reconheçamos autores, assinantes de
nossas obras, construtores de nossas vidas.
Estas crianças, como muitas vezes podemos observar,
não têm conhecimento de seu corpo, do uso que podem e devem fazer do mesmo
enquanto instrumento de aprendizagem, de autoria de ser. Trazem um transtorno
psicomotor (Levin, 2003) como sintoma associado à não aprendizagem. Levin
(2003, p.48) aponta que não somos nosso corpo. Nós o temos e, portanto, podemos
utilizá-lo, se nos apropriarmos dele:
Nós, os seres humanos, ao sermos capturados pela
linguagem, diferenciamo-nos do reino animal, deixamos de ser puro corpo e, pelo
ingresso no universo simbólico, podemos tê-lo e, portanto, sermos sujeitos com
um corpo. Se o corpo é algo que o sujeito terá que conquistar e ter, é porque o
sujeito não é o mesmo que seu corpo, e por isso pode brincar de tê-lo.
Podemos, através deste raciocínio, pensar nosso
corpo como uma ferramenta a ser utilizada para conhecer o outro e desse mesmo
outro recebermos conhecimento. Não falo em organismo, mas, juntamente como
Levin (2003), em um corpo recortado pelo desejo. Falamos de um sujeito que não
é um corpo, mas o tem e pode utilizá-lo como instrumento de conhecimento, de
saber, de articulação de pensamento. O corpo, organismo recortado pelo desejo,
é o mediador do espaço entre subjetividade (desejo) e objetividade
(concretização), no qual se forma a autoria de pensamento.
Citamos dois verbos importantíssimos dentro de um
processo terapêutico: desejar e fazer. Existe, porém, um entre que une estas
duas palavras que é o pensar. Em Fernández (2001a, p.91) encontramos que “o
pensamento não pode ser autônomo, definir suas próprias normas desvinculadas do
desejo e da dramática inconsciente, já que o pensar ancora-se no desejar”.
Acrescentaria a esta idéia de Fernández que o fazer concretiza o pensar.
Objetivar a subjetividade implica o pensar e o como
este se processa, se estrutura. Se simplesmente pensamos, estamos considerando
a possibilidade de organizar e re-organizar idéias já construídas,
transformando-as, modificando-as segundo nossas percepções e necessidades.
Tendo a vontade e podendo concretizar nosso pensar através de nossa ação,
estaremos modificando o que nos cerca, pois o produto de nossa ação é uma
ligação com o mundo externo, com o qual nos vinculamos e pelo qual somos
reconhecidos.
Não há espaço dentro da Psicopedagogia para um
homem alienado, verdadeiramente dividido em ação ou desejo, sem um entre que
permeie estas duas palavras.
Neste entre o desejar e o fazer, deparamo-nos com
um conceito importante para a Psicopedagogia: a autoria do pensamento. O
pensamento objetiva-se com subjetividade se houver autoria por parte de quem
realiza a ação.
A Psicopedagogia vai trabalhar a gestação de
espaços subjetivos e objetivos que possibilitem a autoria de pensamento. A
autoria do pensamento pressupõe espaços de liberdade que se constituem a partir
da aceitação das diferenças e do prazer de pensar. Esse espaço se constitui na
medida que o sujeito possa conceber-se diferente do Outro e sinta-se autorizado
por esse Outro a diferenciar-se. (Andrade, 2002, p.19).
A Psicomotricidade nos enriquece com a idéia do
fazer e do conhecer com o corpo. Mostrar ou não mostrar a ação. E a
Psicopedagogia nos direciona para o mostrar ou não mostrar o conhecimento.
Entendemos aqui, a psicomotricidade enquanto
disciplina calcada na prática da clínica psicomotora (Levin, 2003).
Podemos destacar algumas terapias (psico)motoras,
que buscam uma melhora da criança na escola e mesmo em casa, através de
‘receitas’ que buscam moldar seu comportamento através de exercícios, muitas
vezes condicionadores. Traça-se um perfil psicomotor e se espera que a criança
esteja dentro de uma média, do ‘normal’. Se isso não acontece, inicia-se uma
maratona de terapias ‘psi’, bem como há uma orientação à escola para que haja
uma adequação dessa criança no meio escolar.
Falamos de um sujeito do desejo e, portanto, não
consideramos apenas um organismo com necessidades, mas também um corpo que
fala, que deseja, sujeitado à palavra. Não se trata, portanto, da aplicação de
exercícios que façam com que suas habilidades se desenvolvam, mas de marcas
deixadas que estruturam esse sujeito, dando-lhe uma base de sustentação para
sua vida.
A Psicopedagogia utiliza-se dos conhecimentos da
área da psicomotricidade não para o treino de um organismo, mas sim, como
possibilidade de se ter um corpo enquanto instrumento de conhecimento, de
articulação do pensamento. Temos nosso corpo para conhecer o Outro e para
receber o conhecimento desse Outro. Esta é a base para o estabelecimento de uma
relação ensinante-aprendente saudável.
Assim, o trabalho psicopedagógico à luz da
Psicomotricidade poderá basear-se em:
- oferecer condições motoras e percepto-cognitivas que possibilitem
as condições de realização de uma atividade;
- realização de uma atividade, entendida como a possibilidade de
espaços de autoria do pensamento e ressignificação de sintoma.
Fernández (2001a) coloca que ambas as disciplinas,
Psicopedagogia e Psicomotricidade, ficam nas margens, nos espaços em que não
podem interseccionar-se as disciplinas (FERNÁNDEZa, 2001, p.145). Margens entre
o saber e o conhecer, entre a objetividade e a subjetividade, entre o poder e o
não poder. São disciplinas que não acumulam conhecimento e, portanto, vão
constantemente se constituindo, se construindo e se subjetivando na
objetividade de suas práticas.
É importante ao profissional psicopedagogo perceber
os limites de nossa disciplina. Atitude esta espera de profissionais de todas
as áreas do conhecimento.
Nem todo psicopedagogo é um psicomotricista e,
assim, em alguns casos de atendimento é necessário o encaminhamento para o
profissional específico da área da Psicomotricidade. Compreender esse limite
parece-me fundamental para o trabalho interdisciplinar.
Apontamos assim, a importância de um diagnóstico
interdisciplinar, nestes casos de Problemas de Aprendizagem, possibilitando que
intervenções adequadas sejam efetuadas, com abrangência das múltiplas
possibilidades de intervenções de acordo com o quadro em questão.
Fica evidente a necessidade do psicopedagogo
integrar-se com as demais áreas de conhecimento, como a psicologia, a
psicomotricidade, a fonoaudiologia, a pedagogia, a terapia ocupacional, a
psicanálise, a neurologia e a
psiquiatria, além de outras, para que se tenha uma visão ampla e clara do
quadro apresentado pelo paciente.
A Psicopedagogia oferece à equipe interdisciplinar,
instrumentos para a compreensão do quadro apresentado por uma criança privada
de sua capacidade de aprender. Conseqüentemente, torna possível uma atuação terapêutica,
provinda de várias disciplinas, que nos reporta à possibilidade do sujeito ser
autor de seu pensamento, de sua ação, de seu desejo.
Bibliografia
- ANDRADE,
M. S. (org). A escrita inconsciente e a leitura invisível: uma
contribuição às bases teóricas da Psicopedagogia. Coleção Temas de
Psicopedagogia. Livro 1. São Paulo: Memnon, 2002.
- Fernández,
A. O saber em jogo: a Psicopedagogia propiciando autorias
de pensamento. Trad. Neusa Kern Hickel. Porto Alegre: Artmed, 2001. (a).
- Fernández,
A. Os idiomas do aprendente: análise das modalidades
ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Trad. Neusa Kern
Hickel e Regina Orgler Sordi. Porto Alegre: Artmed, 2001. (b).
·
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1987. LEVIN, E. A clínica psicomotora.: o corpo na
linguagem. 5ª ed. Trad. Julieta Jerusalinsky. Petrópolis: Vozes, 2003
·
LEVIN, E. A clínica psicomotora.: o corpo na
linguagem. 5ª ed. Trad. Julieta Jerusalinsky. Petrópolis: Vozes, 2003
- PERRENOUD,
P. A Pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma
sociologia do fracasso. Trad. Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed,
2001.
8- Resenha: FORMAÇÃO DOCENTE E
PSICOMOTRICIDADE EM
TEMPOS DE ESCOLA INCLUSIVA: UMA LEITURA COM BASE EM HENRI WALLON Yara Mendonça
O texto FORMAÇÃO DOCENTE E
PSICOMOTRICIDADE EM
TEMPOS DE ESCOLA INCLUSIVA: UMA LEITURA COM BASE EM HENRI WALLON de
autoria da professora Rita de Cássia B. P. Magalhães e da mestranda Ana Paula
L. B. Cardoso mostra a relação entre formação docente, psicomotricidade e
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, com base em Henri Wallon.
Como entender essa relação? Primeiramente, formação docente porque o
professor é o indivíduo mediador da aprendizagem de um aluno e que necessita de
constante formação “reflexiva”, uma vez que ultrapassamos a modelo de
“transmissão” do conhecimento, e necessitamos acompanhar as mudanças e as
demandas educacionais, no caso, alunos com necessidades educacionais especiais.
“O professor é o sujeito reprodutor e produtor cultural nos espaços escolares”.
Psicomotricidade, pois de acordo com a Sociedade Brasileira de
Psicomotricidade é a área do conhecimento que investiga o corpo em movimento,
as relações de homens e mulheres com suas possibilidades de motricidade,
afetividade e cognição, ou seja, um conceito que interliga o professor com
aluno e a importância da psicomotricidade na interpretação, por exemplo, dos
sinais expressos pelo corpo do outro (postura, olhar, mímica fisionômica,
gestos etc.), pelo seu próprio corpo (expressões, sentimentos e etc.) para o
reconhecer-se e reconhecer o outro, em especial, os que apresentam necessidades
especiais.
Henri Wallon porque em sua teoria de desenvolvimento percebe o sujeito
como concreto, situado cultural e historicamente. Uma teoria que se fundamenta
na integração entre o organismo e o meio; entre o biológico e o social; entre
aspectos cognitivo, afetivo e motor que constitui a pessoa, através também de
uma relação entre movimento e emoção inseridos no processo de aprendizagem e
nas relações diversas. “O outro é fundamental da construção do eu”.
Diante desses pontos percebemos a importância dessa ligação. O professor
num processo de formação pessoal e profissional, onde interliga corpo, mente e
emoção que a psicomotricidade trata, levando em consideração os aspectos
cognitivos, o meio social e a afetividade proposta por Wallon, insere o
individuo com necessidade educacional especial dentro do espaço escolar e
social, através das relações com os outros e com o professor.
Portanto, esse texto traz uma visão diferenciada para o ensino de alunos
com necessidades educacionais especiais. Visão essa que mostra a
psicomotricidade como elemento importante para auxiliar o professor a entender,
perceber e lidar com alunos especiais, sob a ótica também da percepção e
reflexão sobre si mesmo, onde todos nós podemos ter ao longo na nossa caminhada
escolar, necessidades educacionais, e não somente os deficientes. Um
autoconhecimento que dá suporte para o lidar com alunos com necessidades
educacionais especiais. Uma reflexão sobre uma formação docente que busque
constantemente o conhecimento de si, dos outros e de formas de melhorar o
aprendizado do aluno, em direção a uma prática pedagógica que inclua todos os
alunos independente de suas necessidades.
9- A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
( SANDRA VAZ DE
LIMA)| Publicado em: 23/02/2008
É de suma importância salientar que o movimento é a
primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intra-uterina
realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e
exercendo enormes influências no comportamento.
A partir deste conceito e através da nossa prática
no contexto escolar, consideramos que a psicomotricidade é um instrumento
riquíssimo que nos auxilia a promover preventivos e de intervenção,
proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no
processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Assunção & Coelho (1997, p.108) a
psicomotricidade é a “educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa
relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e
psíquicas”. Além disso, possui uma dupla finalidade: “assegurar o desenvolvimento
funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua
afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o
ambiente humano”.
Os movimentos expressam o que sentimos, nossos
pensamentos e atitudes que muitas vezes estão arquivadas em nosso inconsciente.
Estruturas o corpo com uma atitude positiva de si mesma e dos outros, a fim de
preservar a eficiência física e psicológica,
Através da ação sobre o meio físico com o meio
social e da interação como ambiente social, processa-se o desenvolvimento e a
aprendizagem do ser humano. É um processo complexo, em que a combinação de
fatores biológicos, psicológicos e sociais, produz nele transformações
qualitativas. Para tanto desenvolvimento envolve aprendizagem de vários tipos,
expandindo e aprofundando a experiência individual.
O professor deve estar sempre atento às etapas do
desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da
aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no
afeto. Ele deverá estabelecer com seus alunos uma relação de ajuda, atento para
as atitudes de quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado.
Diante disso, percebe-se a importância do trabalho
da psicomotricidade no processo de ensino-aprendizagem, pois a mesma está
intimamente ligada aos aspectos afetivos com a motricidade, com o simbólico e o
cognitivo.
De acordo com Assunção & Coelho (1997, p 108) a
psicomotrocidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo
(todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o
nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao
mesmo tempo que põe em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de
um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras.
Diante desta visão, as atividades motoras
desempenham na vida da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas
primeiras iniciativas intelectuais. Enquanto explora o mundo que a rodeia com
todos os órgãos dos sentidos, ela percebe também os meios como quais fará
grande parte dos seus contatos sociais.
Portanto, a educação psicomotora na idade escolar
deve ser antes de tudo uma experiência ativa, onde a criança se confronta com o
meio. A educação proveniente dos pais e do âmbito escolar, não tem a finalidade
de ensinar à criança comportamentos motores, mas sim permite exercer uma função
de ajustamento individual ou em grupo.
As atividades desenvolvidas no grupo favorecem a
integração e a socialização das crianças com o grupo, portanto propicia o
desenvolvimento tanto psíquico como motor.
Os movimentos, as expressões, os gestos corporais,
bem como suas possibilidades de utilização (danças, jogos, esportes...),
recebem um destaque especial em nosso desenvolvimento fisiológico e
psicológico.
Com base neste contexto, percebemos a importância
das atividades motoras na educação, pois elas contribuem para o desenvolvimento
global das crianças. Entretanto, as crianças passam por fases diferentes uma
das outras e cada fase exige atividades propicias para cada determinada faixa
etária.
A psicomotricidade precisa ser vista com bons olhos
pelo profissional da educação, pois ela vem auxiliar o desenvolvimento motor e
intelectual do aluno, sendo que o corpo e a mente são elementos integrados da
sua formação.
10- PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
“... meu corpo não é apenas um conjunto de órgãos,
nem o dócil executor das decisões da minha vontade. Ele é o lugar onde vivo,
sinto, onde existo. Lugar de desejo, prazer e sofrimento, domicílio da minha
identidade, do meu ser.” (LAPIERRE, 2002).
A psicomotricidade Relacional trabalha uma série de problemas nas
relações
Inter pessoais, como
comportamentos agressivos, inibidos ou passivos. Outra função é potencializar a
socialização, a partir do desenvolvimento da conduta social baseado em valores
humanos éticos.
Para Nuria Franch, a
Psicomotricidade Relacional tem por objetivo permitir à criança expressar suas
dificuldades relacionais e ajudá-la a superá-las.
A Psicomotricidade
Relacional propõe uma decodificação simbólica da atuação espontânea do sujeito,
fazendo uma leitura de seu conteúdo comunicativo-simbólico, para intervir na
estruturação e evolução da dimensão afetiva.
A Psicomotricidade
Relacional se propõe a operar sobre estes núcleos psicoafetivos que geram
atitudes relacionais, oferecendo um espaço de jogo espontâneo, para que possa
manifestar suas necessidades e desejos. O espaço a que se propõe a Psicomotricidade
Relacional através do jogo, será um espaço onde se busca potencializar e,
muitas vezes resgatar o prazer corporal, através do movimento, reconhecendo uma
unidade corporal, uma "unidade vital indivisível", que é a criança.
Bibliografia
CABRAL, Suzana V. Psicomotricidade Relacional:
prática clínica e escolar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
DOLTO, Françoise. A Imagem Inconsciente do Corpo. 2ed. São Paulo:
Perspectiva, 2004.
Fonseca, V. e Martins, R. (2001). Progressos em Psicomotricidade. Edições FMH. Lisboa
Gallahue, David L.Compreendendo o Desenvolvimento
Motor.3 ed. São Paulo: Phorte,2005.
LAPIERRE, André & AUCOUTURIER, Bernard.
Fantasmas Corporais e Práticas Psicomotoras. São Paulo, Manole, 1984.
_________, André. Da Psicomotricidade Relacional à
Análise Corporal da Relação. Curitiba, UFPR/CIAR. 2002.
_________,Andre. Aucouturier, Bernard. A Simbologia
do Movimento: Psicomotricidade e Educação.3 ed. Curitiba: Filosofart, 2004.
LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora: a
psicocinética na idade escolar. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
SHILDER, Paul. A Imagem do Corpo: as energias
construtivas da psique. 3ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
VIEIRA, José Leopoldo, BATISTA, M. Isabel Batista,
LAPIERRE, Anne. Psicomotricidade Relacional: a teoria de uma prática. Curitiba,
Filosofart/CIAR, 2005.
LINKS INTERESSANTES
•http://vivianwmissaglia.blogspot.com
•http://www.westmariana.com
•http://associacaobaianadeautismo.blogspot.com/2007/05/artigo-pe-em-foco-estratgias.html
•http://pepsic.bvs-psi.org.br/pdf/epc/v22n4/v22n4a03.pdf
•http://www.psicopedagogia.com.br/mall/index.asp
•http://www.ufrgs.br/psicologia/gidep/piccinini/artp.htm#int
•http://www.relativa.com.br/defaultlivros.asp?Assunto=27&NomeCategoria=Educa%C3%A7%C3%A3o%20Inclusiva&Origem=Categoria&TipoPesquisa=Categoria&Categoria=289